Para Homens

Para ver, curtir, usar...
João Pimenta
Gustavo Lins
Hypercool
AH

Yes, nós damos banana!

As confortáveis posturas das concepções estéticas de alguns designers brasileiros puderam ser vista na última edição do SPFW. Fora do senso comum das tendências vigentes, alguns designers, seguros de seus estilos, se jogaram nas passarelas, sendo admirados, aplaudidos e sedimentando aquilo que fazem bem: arte.
André Lima sempre foi “gauche” quanto a isso, faz o que quer e faz bem. Preencheu os espaços de muitas formas e cores exageradas, uma deliciosa viagem construtiva para deleite da moda. Casada com alguns movimentos artísticos, suas criações fazem com que a moda assim, em seu devir particular, ou melhor, dever, o de reacender qual fênix, o sabor do que é melhor revisitado e adequadamente apropriado, com sintomas do luxo para quem veste e para quem olha.
Samuel Cirsnansk carrega em seu vestuário, tal qual um artista carrega em sua palheta. Ousa e consolida sua registrada marca pessoal. Estabelece uma performance fremente, uma adição entre arte e arte aplicada.
Ronaldo Fraga é um designer tarimbado. Experiente com construções e passarelas, trabalhou a renda de forma espetacular e desejável. Modernizou as peças colocando desta vez o conteúdo na roupa e menos no espetáculo. Particularmente achei desnecessário as cabeças parecidas com Lady Gaga e que chama muita atenção desviando o olhar do vestuário. Pesou na mão somente na “beleza” das modelos e suas perucas e óculos feios; itens que desvalorizam a composição. Espero assim ver em editoriais próximos, pessoas vestidas com suas criações para deleite maior de tão belas criações.
Sim, nós demos uma banana às tendências mais óbvias e nossos corações fazem chica-chica-boom.

Villaventura

Ainda divagando sobre o SPFW e escutando o discurso dos designers e os comentários dos convidados foi perguntado ao Alexander Herchcovitch sobre “qual designer internacional seria inspiração para Lino Villaventura”. (via Twitter)
A.H respondeu sabiamente que assim não o via, que Lino Villaventura tem uma identidade muito própria e é verdade. Todavia contando os anos de trabalho do estilista Cearense, e lá se vão uns 30 anos, associei o estilista à dois franceses dos anos 80: Christian Lacroix e Jean-Paul Gaultier e não que Lino se inspira neles, mas porque a escola oitentista de um tipo de trabalho elaborado e artesanal assim coincide. Além da forma estética, há uma inspiração ao movimento ‘art noveau’, uma silhueta glamourosa e um apreço calculado ao processo único da superfície têxtil. Há um tal capricho aos detalhes que se percebem nos sutiãs florais, nas pulseiras e nos arranjos de cabeça. Assimetrias calculadas e composição de cores bem equilibradas. Lino Villaventura é sim muito autoral nas sua criações e podemos incluí-lo há um movimento pertinente da global esfera artística.

Yes, WE(ek) can do fashion

Assistir à última edição do SPFW provocou em mim um sentimento de orgulho. Não que houvesse algo assim tão extraordinário, mas por que há sedimentado no evento uma imagem profissional, construída e bem formatada. Não devemos mais aos desfiles e tendências internacionais. E não é só nos desfiles em si que vale a percepção, em seu entorno nota se esta conquista (diga se de passagem trabalhada por longos e resistentes anos).
Seja pela Internet ou GNTfashion, Chris Nicklas, Patrícia Koslinsky e Chiara Gadaleta mandam bem, inclusive nas “adrenalínicas” entradas ao vivo, prestando um serviço de informação eficiente. Um presente ao público graças á excelência dos profissionais de TV e da formação das meninas de Tamanho Único.
Lílian Pacce é quem é: dona do espaço que lida bem com os convidados, com a tensão; está mais divertida e muito profissional. É bom assisti la, ou como dizem os fashionistas “must have”. Claro que aqui inclui um elogio à equipe.
Aliás equipe é quem faz moda, isso é bom que fique claro.
No ar, Lílian Pacce brincou com Paulo Martinez sobre uma cumplicidade entre os dois e quer saber? Deveriam. Paulo Martinez é um respeito e tanto na área dentro do Brasil.
Ainda não temos uma ascensão internacional merecida, a indústria cuida bem dos profissionais, é uma indústria poderosa.
O governo não percebeu o produto que temos e se assim o fizesse seria mais protecionista, mais cuidadoso com a gigante cadeia têxtil e de moda e seria, portanto mais incentivador.
Quem perdeu procure nos sites. Quem tem olhos de ver que vejam.