terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Elo Perdido

 
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Há algum tempo atrás a Maria Prata publicou no blog dela a foto de um vestido de André Lima e um outro de Karl Lagerfeld comparando-os e fazendo uma alusão de que ambos buscaram referências em Thierry Mugler. No final do post ela pede a quem pudesse ajudar que encontrasse um vestido de Mugler, com a forma em estrela, marca do estilista, e ninguém encontrou. Eu também revirei as coisas que tenho e que são muitas, inclusive da década de oitenta. Nada apareceu e fiquei intrigado porque algo me incomodava naquela análise e revendo o trabalho de Mugler aludi que ele trabalhava um outro tipo de formalismo em suas criações. O corpo da mulher tinha para ele uma conformação de que a roupa viria para traduzir a custo independente do conforto, realçando certamente curvas, colos, pernas, ascensão e poder. Os focos são direcionados, a comunicação criativa é personalizada. Em Mugler verifica se elementos sexualizados mais agudos e uma leitura emblemática de uma mulher forte oitentista num futurismo fantástico, fetichismo inspirados talvez em John Willie. Uma mulher dona da própria sexualidade, proprietária de um vestuário bem cortado e bem montado. Por isso ninguém achava nada parecido com o look de André Lima, porque por mais que ele quisesse fazer algo a la Mugler, sairia ao estilo dele mesmo e Lagerfeld realizou um trabalho mais fraco. Uma análise comparativa mais precisa deixa imune ambos os trabalhos. E porque a análise não foi solucionada? Porque em tempos de fast fashion a pressa iguala tudo e a cópia da cópia da cópia acaba deixando tudo igual. Mugler é antes disto e por isto é único.

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