quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Moda e Arte

 

Xilogravura sobre papel/2001
 

Xilogravura sobre tecido/2001

No território das artes, a palavra devir, relata a negação de si na transição da história, nos estilos ou poéticas visuais. Esta expectativa quebra os códigos estéticos e morais. A arte renova-se do passado e pelo passado, nas releituras e pelos conceitos. Suscitando a presença do homem, ela (a arte) o torna mais interessante, mais revolucionário. O corpo arte, o espírito e sua aura feitos pelo homem e para o mundo.
No território da moda, lidamos com as mesmas releituras, contando as leituras da estação, das décadas, passíveis das suas reproduções. A moda não é revolucionária no sentido mais profundo. É apenas, hoje, uma promessa de beleza estética, uma promessa que se esvazia pela superficialidade, mas impregna no homem as ilusões de sedução e beleza. Diferente da arte, do universo macro e perene, a moda tem um valor comercial que faz com que seus valores simbólicos adquiram um nível de esgotamento. A moda é categoria de si mesma, não precisa ser arte. Precisa que seus valores de conteúdo e construção semióticos sejam admirados pelo que eles têm em propostas, sem a culpa inerente ao homem que não se resolve espiritualmente e nem materialmente. E como a roupa serve para vestir este corpo instável, a moda torna-se tão perecível quanto ele. Mas como o corpo, a moda não nega a sua história, suas tradições, segue junto. A sua construção e seu suporte, é a coisa única.


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2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa Paulinho, que texto lindo, tô passado.
(fiquei sem palavras)
Bj

Paulandre disse...

ei Paulo, obrigado. Ando refletindo about...