Gildo Medina - Ilustração

Gildo Medina é um sensacional artista. Além do blog, ele pode ser visto online com seu portifólio de ilustrações e um dos seus clientes é a tradicional marca francesa Maison Fabre.

Fotografia

Bons momentos na fotografia contemporânea:
Christian Tagliavini
GBernard

Estamparia

No outro blog tem links para estamparia!

MInas Trend Preview 2010

A edição número 7/2010 do MTP começou ontem em Belo Horizonte. O blog está uma delícia de ler e ver com uma equipe muito especial. Outras mídias cobrem o evento que vem crescendo. O capricho dos produtos e as tendências antecipadas podem ser conferidos na feira ao vivo.

Minas Shopping e os novos criadores

A edição de 2010 do concurso promovido pelo MinasShopping comemora 10 anos do evento. Os concorrentes apostaram suas criatividades na interpretação do tema que foi a água. Deste universo proposto, apareceram denúncias, poesias, viagens, metáforas e todos mostraram um impecável acabamento e adequação do tema.
Para a grande final, o local escolhido foi o Iate Tênis Clube em BH, o belíssimo lugar que faz parte da arquitetura modernista no Brasil.
A vencedora foi a estudante Juliana Cruz que cursa design de moda na UFMG. O trabalho dela vai ser agora fotografado para um edital na revista ELLE.

Acessórios

Pra ver acessórios
Angela Caputi
Mimco
Chris Shabana
Lisa Farmer
Shilpa

Visite o Museu

Para saber da história e das novidades, vá passear:
Les Arts Decoratifs em Paris
Moda da Bélgica
Moda da Espanha
Moda de Portugal
Moda em Bath - Reino Unido
Moda em Londres

Cartela de cores - Pantone

O Wagner Campelo, design de padrões postou no espaço dele a cartela de cores para a estação via Revista Texitura. Além da cartela, tem também o banco de inspirações e ambientações de tendências.

Curso de Desenho e Ilustração de Moda

O Centro de Extensão da Escola de Belas Artes - Cenex - oferece neste mês de outubro um curso de Desenho e Ilustração de Moda. Com carga horária de 56 h/aulas, acontecerá todas as terças e quintas feira de 14:30 às 17 hs no Centro Cultural da UFMG - maiores informações no site da Fundep.

Capas - Design Gráfico

Mais dois bons títulos sairam pela editora Argvmentvm e as capas são criações minhas. Como gosto dos contrastes, optei então por por cores que discursam entre si sejam por analogias ou por equilíbrios entre tons quentes e frios. Esta comunicação passa conceitualmente pelos títulos ou coleção.

Trash Fashion - Investigação Científica

Visitando o espaço que gosto Instinto Guapo, encontrei este outro espaço:BioCouture que tem um blog. A autora do trabalho é Suzanne Lee, estudante da Central Saint Martin. Eles trabalham o TrashFashion. A idéia é uma interessante e possível pesquisa em têxteis.

Artes aplicadas

Myrian Melo patchwork
Dóris Teixeira

Revistas para Design - links

AgitProp O link da boa Revista Brasileira de Design.
SmashingMagazine e também outra publicação que vale a pena.
InterniMagazine, Ottogono e as publicações da Itália em design.

Capas de livros

As duas capas que criei usando a figura, dos últimos lançamentos da Argvmentvm. A editora também esteve presente na Bienal do livro de São Paulo.

Visitas recentes II

Dadiva
Voltas
Fashionkillsme
Glau

Visitas recentes

Espaços que andei visitando:
Raphael Ribeiro
Tetê Padilha
Cousas-Dois
Gui Athayde

Ilustração de Moda - Links

Para admirar e ver algumas soluções em ilustração de moda.
Isao Yajima
Cedric Rivrain
Audria Brumberg
Sarah Hankinson
Johnny Cheuk

Flores e Design

Unir elementos aos quais somos ligados por paixão, deixa nos uma satisfação verdadeira. Assim é, quando trabalho design e plantas. Quem dedica se a este trabalho são as floristas Flora e Susie do site Flora Grubb. Aproveita para visitar o blog das artistas. Instrutivo o espaço e um deleite estético, além de dicas muito boas, como as dos jardins verticais de suculentas.
Veja também Patrick Blanc jardim vertical.

Para Homens

Para ver, curtir, usar...
João Pimenta
Gustavo Lins
Hypercool
AH

Yes, nós damos banana!

As confortáveis posturas das concepções estéticas de alguns designers brasileiros puderam ser vista na última edição do SPFW. Fora do senso comum das tendências vigentes, alguns designers, seguros de seus estilos, se jogaram nas passarelas, sendo admirados, aplaudidos e sedimentando aquilo que fazem bem: arte.
André Lima sempre foi “gauche” quanto a isso, faz o que quer e faz bem. Preencheu os espaços de muitas formas e cores exageradas, uma deliciosa viagem construtiva para deleite da moda. Casada com alguns movimentos artísticos, suas criações fazem com que a moda assim, em seu devir particular, ou melhor, dever, o de reacender qual fênix, o sabor do que é melhor revisitado e adequadamente apropriado, com sintomas do luxo para quem veste e para quem olha.
Samuel Cirsnansk carrega em seu vestuário, tal qual um artista carrega em sua palheta. Ousa e consolida sua registrada marca pessoal. Estabelece uma performance fremente, uma adição entre arte e arte aplicada.
Ronaldo Fraga é um designer tarimbado. Experiente com construções e passarelas, trabalhou a renda de forma espetacular e desejável. Modernizou as peças colocando desta vez o conteúdo na roupa e menos no espetáculo. Particularmente achei desnecessário as cabeças parecidas com Lady Gaga e que chama muita atenção desviando o olhar do vestuário. Pesou na mão somente na “beleza” das modelos e suas perucas e óculos feios; itens que desvalorizam a composição. Espero assim ver em editoriais próximos, pessoas vestidas com suas criações para deleite maior de tão belas criações.
Sim, nós demos uma banana às tendências mais óbvias e nossos corações fazem chica-chica-boom.

Villaventura

Ainda divagando sobre o SPFW e escutando o discurso dos designers e os comentários dos convidados foi perguntado ao Alexander Herchcovitch sobre “qual designer internacional seria inspiração para Lino Villaventura”. (via Twitter)
A.H respondeu sabiamente que assim não o via, que Lino Villaventura tem uma identidade muito própria e é verdade. Todavia contando os anos de trabalho do estilista Cearense, e lá se vão uns 30 anos, associei o estilista à dois franceses dos anos 80: Christian Lacroix e Jean-Paul Gaultier e não que Lino se inspira neles, mas porque a escola oitentista de um tipo de trabalho elaborado e artesanal assim coincide. Além da forma estética, há uma inspiração ao movimento ‘art noveau’, uma silhueta glamourosa e um apreço calculado ao processo único da superfície têxtil. Há um tal capricho aos detalhes que se percebem nos sutiãs florais, nas pulseiras e nos arranjos de cabeça. Assimetrias calculadas e composição de cores bem equilibradas. Lino Villaventura é sim muito autoral nas sua criações e podemos incluí-lo há um movimento pertinente da global esfera artística.

Yes, WE(ek) can do fashion

Assistir à última edição do SPFW provocou em mim um sentimento de orgulho. Não que houvesse algo assim tão extraordinário, mas por que há sedimentado no evento uma imagem profissional, construída e bem formatada. Não devemos mais aos desfiles e tendências internacionais. E não é só nos desfiles em si que vale a percepção, em seu entorno nota se esta conquista (diga se de passagem trabalhada por longos e resistentes anos).
Seja pela Internet ou GNTfashion, Chris Nicklas, Patrícia Koslinsky e Chiara Gadaleta mandam bem, inclusive nas “adrenalínicas” entradas ao vivo, prestando um serviço de informação eficiente. Um presente ao público graças á excelência dos profissionais de TV e da formação das meninas de Tamanho Único.
Lílian Pacce é quem é: dona do espaço que lida bem com os convidados, com a tensão; está mais divertida e muito profissional. É bom assisti la, ou como dizem os fashionistas “must have”. Claro que aqui inclui um elogio à equipe.
Aliás equipe é quem faz moda, isso é bom que fique claro.
No ar, Lílian Pacce brincou com Paulo Martinez sobre uma cumplicidade entre os dois e quer saber? Deveriam. Paulo Martinez é um respeito e tanto na área dentro do Brasil.
Ainda não temos uma ascensão internacional merecida, a indústria cuida bem dos profissionais, é uma indústria poderosa.
O governo não percebeu o produto que temos e se assim o fizesse seria mais protecionista, mais cuidadoso com a gigante cadeia têxtil e de moda e seria, portanto mais incentivador.
Quem perdeu procure nos sites. Quem tem olhos de ver que vejam.

Estão voltando as flores.

Camisetas pintadas artesanalmente; o tema é a botânica e a ilustração científica germinada mais uma vez e bem aceita nas tendências da moda.

Moda Brasil Magazine

A revista Moda Brasil Magazine, é uma publicação feita nos EUA e grande divulgadora das criações brasileiras. Há a versão on line que pode ainda ser salva pelo formato em PDF e quem quiser receber a revista física é só fazer contato com a produção. Um dos editores é Caio Castro, diretor artístico e coreógrafo brasileiro reconhecido e radicado em Atlanta (EUA) e um dos responsáveis pelo sucesso que é o Miss Brasil USA. A revista é muito bem feita, forte em imagens e matérias e a versão que está on line tem como uma das matérias de capa Minas Gerais.

Minas Trend Preview 2010

A edição do Minas Trend Preview começa neste 28 de abril de 2010 e vai até 01 de maio. O calendário oficial do pré lançamento em Minas Gerais opera nos setores atacadista e da visibilidade com opinião dos profissionais, reunindo em Belo Horizonte um elenco dos criadores mais importantes do país. O evento pode sera companhado pela rede, ou pelo twitter e ainda pelo blog.

Catálogo Sebrae MG

O SEBRAE-MG lançou o catálogo de artesanato: série tipologia, para o ano de 2010. A edição ficou muito bem feita. Encontram se os catálogos em tópicos distintos nas áreas de madeira, fibras, minerais e têxteis; a edição é bilingue e tive a honra de escrever um dos textos de abertura no livro "têxtil". Neste volume estão os contatos dos produtores e cooperativas da micro e macro região que atendem ao SEBRAE-MG, os tipos de produtos e as explicações necessárias.

A teus pés

E por falar em calçados, os objetos de desejo e de design vem alçando posições cada vez maiores da atenção. A teu pés estão:
O designer francês Pierre Hardy com uma linguagem proeminentemente chic e algum toque de fantasia; como chic também é a coleção de Balenciaga para os pés com bastante toque de fantasia e ousadia. E aqui, pode se passear em sapatos atípicos. Mais perto dos pés e do coração fica a Virgínia Barros, lindo de ver e usar. Para os homens a coleção de tênis das Havaianas.

Ilustração - links

Dicas de ilustradoras, a arte que vem retomando seu espaço.
Melissa Haslam
Cecile Mancion
Anna Schwarzer
Sandra Suy
Aline Ivars

Shoes

Nicholas Kirkwood está com uma coleção linda e a fantasia desce da cabeças aos pés. Assim coimo a coleção masculina de Rachel Comey. É sempre bom ver Marlo Esten Bhomer, conceito e arte para os pés.

Vila Morada - Belo Horizonte

O espaço já é por si uma graça. Agora tem um bazar mensal e lá, na Vila Morada encontra se mimos como os do Ateliê de Moda da Cleo ou as cerâmicas exclusivas e de bom gosto da Regina Meirelles, entre outras surpresas.

Moda Lisboa - 2

E para mostrar o capricho do evento ModaLisboa, o público tem acesso aos releases e bastidores dos desfiles. Essa objetividade ajuda na compreensão das coleções, na divulgação e no apreço mercadológico.

Moda Lisboa

Sempre acompanhei o evento Moda Lisboa e sou fã do trabalho de Luis Buchinho, o estilista português. Nesta temporada os lusitanos voltaram a mostrar um impecável trabalho de corte, costura e modelagem. Apesar de particularmente achar que a cartela de cor não tem novidades, o trabalho da forma das criações compensa e satisfaz. Nesta temporada trouxeram a sensacional grife Angolana Mental - Shunnoz-Tekasala , além de irreverentes e provocadores, as imagens são quase pictóricas e o mise en scène divertido; assim inundaram a passarela com seus contrastes de cores fortes e um discurso out de tendências, mas cheios de verdades e poesia da roupa a serviço do homem e não o seu contrário. Outra marca boa de se ver é a TM. Observar cada estilista da semana de moda de Lisboa, pode ser uma oportunidade de sair do circuito viciado das temporadas tradicionais.

Figurino de dança

O blog muito especial BibliOdyssey publicou umas imagens sobre figurinos e cenários de espetáculos do ballet Russo. E para ver mais vá aqui.

Du Xinjian - Chinese art

Ao ver os links do artista chinês Zhou Fan deparei me com Du Xinjian, e seu trabalho me remete às referências da história da arte, seja na iconografia, nas cenas, nos tratamentos das imagens, mas com um frescor sem incômodo da cópia, algumas apropriações bem arregimentadas principalmente porque este artista cita algo de fantástico do universo surreal como em Bosch, Magritte, Dali e mais alguns do início da Renascença. Uma miscelânia que funcionou.

Arnaldo Baptista e Zé do Caixão

Dois ícones da cena cultural no Brasil se encontram. Um banquete este programa. Queridos do público e da crítica, reconhecidos por seus talentos originais Arnaldo Baptista é o entrevistado de Zé do Caixão no canal Brasil. O Loki usa uma camisa paetizada que silkei em PV branco, num desenho de formas meio góticas e grandes unhas para homenagear o entrevistador.

Sociedade e Cultura

A partir de um trabalho de estudo das formas geométricas e com camadas suaves de tintas, fiz uma série de outras pinturas e que resultaram nas capas da coleção "Sociedade&Cultura" da Editora Argvmentvm. A grife de livros trabalha com uma série publicações da área acadêmica bastante importante e preenche a lacuna da educação especializada no Brasil.

Ilustração Botânica

Uma exposição com a artista inglesa Margaret Mee começa no Palácio das Artes em Belo Horizonte: a artista é uma das maiores expoentes na arte da ilustração botânica . Além da fidelidade ao tema proposto, o trabalho reune em si beleza e técnica apurada. Sou apaixonado pelo tema e aqui estou treinando minhas aquarelas tendo como referência o livro do naturalista francês Jacques Brosse. No Brasil temos alguns representantes desta área e considero um dos grandes nomes o artista goiano Álvaro Nunes. Álvaro Nunes tem em seu currículum diversos prêmios, várias exposições e alguns livros publicados. Natureza que inspira a arte.

Arte & Ilustração/Art Illustration

Alguns artistas mantém em suas representações uma estética mais aproximada entre as artes plásticas e a ilustração, isto é, sem uma categoria de aplicação explícita com o produto. Lindos de se verem:
Zhou Fan
Sterling Hundley
Russ Mills
Sam Weber

Artes Aplicadas

Que em algumas instâncias e durante os tempos da história da arte, muito mudou. Dos últimos temas, como os textos e os conceitos, alguns artistas voltam se às artes aplicadas e sua divulgação tornam nos popularizados pelo acesso à internet. Alguns me são prazeirosos. Para ver e aguçar os sentidos.
Cal Lane
Gehard Demetz
Ron Mueck
Yayoi Kusama

Manual da beleza Brasileira

O caminho natural da prática é a excelência. Nestes últimos tempos e neste país, onde a preocupação com a estética nos coloca acima de alguns outros tantos, ressalto o desempenho dos beauty-artists ou os maquiadores que nem sempre ficam por trás nos bastidores, e para nossa sorte são sempre entrevistados e sempre estão dando suas dicas para esta porção continental de brasileiras. É sabido que há em nossa raiz uma integração natural com a pintura do corpo e com a própria relação de corpo; do corpo exposto e seus trejeitos sensualistas, ou sua capacidade de enfeite magnetizada por sorrisos faceiros e propositais. Dizem que os índios aqui instalados ab origine ensinaram os colonizadores a banharem se todo dia e os hábitos de higiene mais comuns. Isso faz com que não se estranhe muito as pinturas e a do corpo outro, aquele idealizado por uma beleza roubada da mimética relação da natureza; aí sim, pássaros e outros bichos e toda a flora se incorporam em uma imagem daqui. Nos desfiles vimos modelos exemplares de como qualquer cidadã pode se mirar para se sentir mais bela e mais, vimos como alguns exageros nos deixam com uma equipe de artistas do corpo, reinantes em terras que os valorizam.

Fotografia e desenho de moda - diálogo

Desde o advento da fotografia a questão da reprodutibilidade se multiplica e quando a fotografia chegou ao nível mais ordinário de técnica e impressão, paulatinamente as revistas de moda dedicaram seu espaço a isso, e os desenhistas então, lá pelos anos 80 foram sendo substituídos e até esquecidos. David Hockney, o célebre artista plástico britânico escreveu no prefácio do livro “Fashion Drawing in Vogue” sobre isso e segundo a opinião dele as capas tornaram se iguais pela fotografia, mas o desenhista também perdeu um pouco do seu glamour nos anos 80 e claro associa-se a isso a rapidez entre a fotografia e a impressão, juntamente às notas das celebridades ocupando o espaço e questões publicitárias que viabilizam as publicações das revistas. Bem, quase 30 anos depois a ilustração volta a ter um status mais sólido dentro da imagem da moda. Confere se a isso um certo valor de arte requisitado pela área do vestuário e por outro lado a necessidade de mudar um pouco as limitações fotográficas, digo limitações por que há uma certa equivalência em termos estéticos entre os fotógrafos e o objeto a ser exposto, no caso a moda. Se por um lado há ousadia, esta ousadia banalizou se. A arte da fotografia às vezes está atrás da top model clicada. O que aparece neste fim dos anos 2000 é uma estética com tratamento de imagem virtual, em todo editorial há sempre o crédito do ‘tratamento da imagem’ e junto a isso as poses tornaram se mais anti-naturais, com exageradas torções do corpo, fusão entre corpo e espaço, às vezes um realismo fantástico e qualquer outro recurso que torna a fotografia cheia de adereços a vender ideologias. Nestes termos vejo outra simbiose: a fotografia é muitas das vezes uma representação do desenho ou seja: poses e vestuário tão próximos que muitas vezes a silhueta parece escultórica e bidimensionalizada e é apenas mais uma face de tempos de mudanças de paradigmas. Em 1963 o artista Jack Hamm lança um livro para o ensino do desenho e nele há já este registro entre o que é “certo e errado” em se tratando de poses de desenhos, ou seja há para ele e seus seguidores um juízo de que o exagero da maneira de posar não é correto ou não é natural. Mas ao abrirmos uma revista hoje vemos esta mistura das áreas: fotografia, desenho e passarela na nova estética da velha moda.

Desenho e Corpo - Simbiose possível

Uma observação me vem ao assistir aos desfiles das semanas de moda neste inverno 2010 no Rio e São Paulo e no preview de BH. Há uma busca radical pelo bom desempenho da roupa (o corte e a costura com os aviamentos). Esta perseguição representa de certa forma um amadurecimento dos fabricantes neste período onde, no Brasil germina uma concepção de cultura de moda, digo cultura além do consumo. Nos desfiles há uma leitura bastante interessante do projeto da coleção e projeto refere se ao montante que vigora em seis meses de lojas e vendas, onde a produção é muito maior que a passarela. Nesta espécie de “briefing” visual sinto que a técnica rege a favor e os criadores tentam e conseguem transpor do desenho a uma materialidade. O desenho que aceita tudo, mostra neste momento que é possível sua tridimensionalidade. É quase uma figura de avatar, pois não é natural, entretanto existe e cai à frente dos consumidores que vão se moldando conforme a graça desta aceitação. Claro que é só uma leitura das possibilidades e em tempos de virtualidade isso progride. Pode ser este o embrião de um paradigma para uma marca da segunda década do século XXI. No desfile da Fórum vi tudo isso de forma mais clara: detalhes em tons de pele, recortes pelo corpo e nas roupas, uma geometrização construtiva rigorosa, uma simbiose do ser urbano. Esta herança fica mais clara nos estilistas de São Paulo como Glória Coelho e Reinaldo Lourenço, influência pois de um concretismo, também buscado pela Maria Bonita. Mas há sim este efeito vetorial desta época de profunda relação entre máquinas e homens e seres replicantes.

Passarela - beleza em desfile

Uma peça de roupa carregada de investimento traz em seu corpo quesitos além de modismos. Essa é uma percepção que, as pessoas deveriam adotar ao investirem em grifes assinadas e duradouras, e mais, ao investirem em estilo. Graça Ottoni, que está no mercado há pelo menos 30 anos, trabalha este conceito de durabilidade e beleza, investe na criação em produtos que permanecem no pós tendências e pós desfiles. Em sua última investida no fashion Rio 2010, Graça fez uma das mais belas cartelas de cores da temporada. Um jogo de cromos alegres e nada efêmeros e com a possibilidade de serem usados em multiplicidade de idéias e conjuntos. Este tópico da cartela pensada e bem organizada vai além da formalidade da peça. É um exercício artístico para os olhos. Em tecidos de fibras naturais, a marca tem na sua personalidade a habilidade de deixar o corpo feminino como poucos; a experiência leva a excelência. As modelos passam e deixam um halo de memória, como se fossem vivas esculturas clássicas, um devaneio de beleza renascida.

Estilo a longo prazo - sobre desfiles de moda

Com a, ainda, formação da cultura de moda no Brasil, toda vez que se assiste um desfile por transmissão, ficamos na curiosidade do conjunto e esse conjunto pela sua plástica é que dita a mensagem. Algumas vezes é pouco, digo por que é ao vivo para poucos e em cada roupa desfilada há um sem números de dias trabalhados e mão de obra empregados que passa incólume e na verdade não interessa muito em tempos de urgências e fast fashion. Acontece que algumas peças trazem em sua estrutura elementos próprios de quem trabalha com a estética da forma em seus sentidos mais amplos “formas, cores e composições”. Em dois desfiles da última temporada do inverno 2010 no Rio de Janeiro, e porque pude vê los no processo, percebo isso nitidamente: Na Coven e na Graça Ottoni (claro que todas as grifes trabalham com esses elementos), mas aqui ressalto mesmo é uma excelência no tratamento final. A Coven que prima pelo conceito e trabalha meticulosamente na tessitura do substrato, constrói literalmente tudo (talvez se pudesse Liliane Rebehy faria até os fios), mas faz os tecidos, elege as cores, os jacquards e estampas (seu staff é de artistas plásticos/estilistas). Enfim, o produto é particularmente belo e trabalhado (trabalhoso), com informações de tendências e detalhes que fazem valer a pena vê los de perto. É disso que falo dos desfiles; eles não fazem jus ao todo, e tatear é preciso, ver o jogo das cores e sentir o toque do tricô e seus detalhes faz toda a diferença. Depois de tudo pronto o stylist Pedro Sales compõe a leitura mais formal que fecha o ciclo. Nesta temporada o conjunto cresceu e um risco se fez necessário; compor os penteados com um spray coloridos, um grafite como se fosse um sorvetão de tutti frutti e funcionou bem, um perfume dos anos 80 sem a datação, uma apologia sutil desta tendência. Neste ínterim se olharmos a imagem toda, cima a baixo, conseguimos ver como as partes foram pensadas, mas se tiver a chance de chegar de perto, conseguimos apreciar com outros valores o que é uma roupa com este sentido de moda.